Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP) é uma universidade pública brasileira, com atuação no ensino, na pesquisa e na extensão de serviços à comunidade. A instituição é uma das três universidades mantidas pelo governo do estado de São Paulo, ao lado da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A UNESP distingue-se das outras universidades estaduais por sua estrutura multicampi que abrange 24 municípios do estado – 21 campi no interior, um campus na cidade de São Paulo, um campus em São Vicente e um campus em Registro (estes 2 últimos campi tendo sido os primeiros de uma universidade pública no litoral paulista).1
Criada em 1976 a partir de institutos isolados de ensino superior que existiam em várias regiões do estado, a UNESP possui atualmente 32 faculdades e institutos que oferecem 168 cursos de graduação e 114 cursos de pós-graduação, em 64 profissões de nível superior. Formam, anualmente, aproximadamente 6 mil novos profissionais, e são responsáveis por 2,2 mil pós-graduados.
A Unesp foi a segunda colocada entre as universidades públicas no "VIII Prêmio Melhores Universidades", presenteado anualmente pela publicação Guia do Estudante, da Editora Abril. A Classificação Acadêmica das Universidades Mundiais (ARWU - sigla em inglês) de 2012 classificou a universidade entre as posições 301ª-400ª no mundo e entre as cinco melhores instituições de ensino superior do Brasil. O QS World University Rankings, publicado pela Times Higher Education (THE), classificou a universidade paulista como a 11ª melhor da América Latina (em 2013) e entre as posições 551ª-600ª no mundo (em 2012). Em 2013, o THE apontou a Unesp, ao lado da Unicamp, como uma das 100 melhores universidades "jovens" (com menos de 50 anos existência) do mundo. A instituição também foi classificada como a 11ª melhor na América Latina, oitava no Brasil e a 292ª melhor do mundo em exposição na internet pelo Webometrics Ranking of World Universities.
História
A universidade foi criada em 1976, como resultado da incorporação dos vários "Institutos Isolados de Ensino Superior do Estado de São Paulo", que eram unidades universitárias situadas em diferentes pontos do interior. Esses institutos, abrangendo vários áreas do conhecimentos, haviam sido criados, em sua maioria, em meados dos anos 1950 e início dos anos 1960. Desse conjunto fizeram parte a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Assis, a de Araraquara, de Franca, de Marília, de Rio Claro e de São José do Rio Preto.
Desde o início de 1975, devido a problemas de administração, começou-se a discutir novas maneiras de organização dos Institutos Isolados do Estado de São Paulo. Várias sugestões foram expostas, visando a independência dos Institutos Isolados da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e uma nova organização. As propostas concordavam em uma integração dos Institutos Isolados numa federação ou numa universidade, sendo que esta última foi a que contou com maior apoio.
Em 1976, por determinação do então governador Paulo Egydio Martins, essas escolas assumiram uma direção própria, na forma de universidade, uma autarquia submetida ao governo do Estado de São Paulo. De conformidade com a Lei 952 de 30 de janeiro de 1976, foi criada a Universidade Estadual Paulista que recebeu do governador o nome de "Júlio de Mesquita Filho", da qual passavam a fazer parte os Institutos Isolados.
Expansão
Durante as décadas de 1980 e 1990 a UNESP procurava a formação de uma identidade que pudesse superar a marca da excessiva fragmentação da instituição pelo território paulista, o que a levou a buscar uma maior aproximação com o interior de São Paulo, ao incorporar outras instituições, como no caso da Universidade de Bauru, em 1987, e do Instituto Municipal de Ensino Superior de Presidente Prudente (IMESPP), em 1989, além criação de novos cursos de graduação, como foi o caso da incorporação do Instituto de Física Teórica (IFT) em 1987.
A UNESP incentivou o desenvolvimento de um plano de criação de unidades auxiliares, complementares e de centro interunidades, com o objetivo de dinamizar a pesquisa e alcançar uma integração maior entre os vários núcleos de pesquisa da universidade. Além disso, a instituição buscou também desenvolver museus com atividades coletivas e criar um projeto de integração e desenvolvimento das bibliotecas de seus campi.
O estatuto de 1989 da universidade iniciou a criação das pró-reitorias que, dessa maneira, distribuiu as várias responsabilidades de administração da reitoria, com o objetivo de aumentar a eficiência da administração da UNESP. Posteriormente, outras ações contribuíram para a ampliação da influência da universidade, como a criação da FUNDUNESP, em 1987, uma Editora, em 1987, além do selo "Cultura Acadêmica", onde disponibiliza mais de 120 livros acadêmicos para download gratuitos, e a criação do Jornal da UNESP e do desenvolvimento de um plano de informatização.
Durante os anos 1990, a universidade aumentou sua atuação, principalmente através do aumento da oferta de vagas. Desde 2003, atendendo a vários pedidos e indo de acordo com a política do estadual para a promoção do ensino superior público, a UNESP começou a se expandir para novas regiões do estado através da criação das chamadas "Unidades Diferenciadas", os atualmente chamados "Campi Experimentais".
Só houve uma vez na história que a UNESP expulsou alunos da instituição, que foi em 2005.
Administração
A UNESP é regida por um reitor, nomeado pelo governador do estado de São Paulo, que escolhe uma um nome em uma lista de três candidatos. Esses candidatos são indicados por eleição entre os acadêmicos da universidade, realizada a cada quatro anos. Normalmente, o governador escolhe o vencedor dessas eleições.
O reitor preside o Conselho Universitário (CO), composto pelos diretores de cada instituto do sistema e representantes do meio acadêmico. Há representantes de dez alunos. O CO leva a maioria das decisões que afetam toda a universidade.
Cada instituto (há campi com mais de um) tem um diretor e um conselho que o governa com um certo grau de autonomia.
Reitores
• Luis Martins Ferreira (10 de março de 1976 - 9 de março de 1980)
• Armando Octávio Ramos (10 de março de 1980 - 8 de março de 1984)
• Manuel Nunes Dias (27 de março de 1984 - 31 de julho de 1984), pró-tempore
• Jorge Nagle (1 de agosto de 1984 - 16 de janeiro de 1989)
• Paulo Milton Barbosa Landim (17 de janeiro de 1989 - 15 de janeiro de 1993)
• Artur Roquete de Macedo (16 de janeiro de 1993 - 14 de janeiro de 1997)
• Antônio Manuel dos Santos Silva (15 de janeiro de 1997 - 14 de janeiro de 2001)
• José Carlos Souza Trindade (15 de janeiro de 2001 - 14 de janeiro de 2005)
• Marcos Macari (15 de janeiro de 2005 - 14 de janeiro de 2009)
• Herman Jacobus Cornelis Voorwald (desde 15 de janeiro de 2009)
• Julio Cesar Durigan (desde 15 janeiro de 2013)
Estrutura
Com um orçamento de R$ 1.827.613.640,00 em 2011, a UNESP conta atualmente com 33 unidades de ensino, pesquisa e extensão em 23 campi espalhados por cidades do interior e litoral, além da cidade de São Paulo.A UNESP tem uma estrutura composta por 1 900 laboratórios e 30 bibliotecas em todas as suas unidades, que juntas acumulam cerca 2,6 milhões de livros. Além de museus, hortos, biotérios, jardins botânicos e cinco fazendas experimentais, que somadas totalizam uma área de 62,8 milhões de m², sendo 745,4 mil m² de área construída. A universidade ainda é proprietária do Hospital de Clínicas de Botucatu e administra o Hospital Estadual de Bauru, que juntos tem 780 leitos, além de hospitais veterinários e clínicas de odontologia, psicologia, fonoaudiologia e fisioterapia.
A instituição emprega cerca de 3,5 mil professores, além de outros 10,6 mil outros funcionários. A universidade fornece 171 opções de cursos de graduação, em 62 profissões de nível superior, que possuem um total de 35 mil alunos, sendo que 5,6 mil novos profissionais são formados anualmente pela UNESP. Cerca de 10 mil alunos estudam em 118 programas de pós-graduação, com 117 mestrados acadêmicos, 6 mestrados profissionais e 93 doutorados acadêmicos. Outros 1,8 mil estudantes estão em cursos lato sensu.
Em 2010, a Unesco, uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU), apontou a Unesp como a 2ª universidade do Brasil em números de artigos científicos de nível internacional, sendo responsável por 8% da produção científica nacional, ao lado da UNICAMP e atrás apenas da USP.
Ingresso
O ingresso à UNESP é feito através de um exame de vestibular, que compreende todo o conteúdo ensinado no ensino médio brasileiro. Para os cursos de graduação de educação física, arquitetura, artes e design, um exame específico também é necessário.
Preparado pela VUNESP, uma fundação especializada na organização e elaboração de exames, o vestibular da UNESP é realizadas em duas fases, em três dias. A primeira fase consiste de 90 questões nas seguintes disciplinas: matemática, química, biologia, geografia, história, física e inglês ou francês. Para os aprovados, a segunda fase de exames é composta de questões multidisciplinares (Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Matemática no 1º dia, e no 2º dia Linguagens e Códigos) e uma redação no 2º dia.
O estudante só pode se candidatar por um único curso, em um único campus, em todo o sistema da UNESP. Por exemplo, um estudante não pode concorrer simultaneamente ao curso de história em Franca e o de geografia em Presidente Prudente.
No vestibular de inverno, realizado em julho, são oferecidas apenas 630 vagas, distribuídas em 15 opções de curso. Enquanto no vestibular de verão, feito em dezembro, são oferecidas cerca de 6.374 vagas em 153 opções de curso. No vestibular de verão de 2012, inscreveram-se cerca de 91 mil candidatos, sendo que 38.765 passaram para a segunda fase do processo seletivo.